A morte de Lucas Lameira, 28 anos, na noite de sexta-feira (26), no bairro Bela Vista, gerou revolta e denúncias de descaso por parte da família. O corpo do jovem permaneceu cerca de sete horas dentro da residência porque o Instituto Médico Legal (IML) de Pouso Alegre estava fechado durante a madrugada.
Lucas sofreu uma convulsão e morreu antes de receber atendimento médico. Segundo o irmão da vítima, Rayan Gomes Flores, houve demora na chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Quando cheguei em casa vi que meu irmão estava passando mal. Liguei para o Samu, mas eles só apareceram quase uma hora depois. Foi essa hora que custou a vida dele”, disse Rayan.
Atendimento e demora
Testemunhas relatam que os bombeiros chegaram cerca de meia hora após Lucas parar de apresentar sinais vitais. Uma médica do Samu constatou o óbito e informou que, por se tratar de morte súbita em um paciente jovem, seria necessária a perícia do IML.
O corpo chegou a ser colocado na ambulância dos bombeiros, mas precisou ser devolvido à residência da vítima até que a Polícia Civil conseguisse abrir o prédio do instituto, por volta das 6h.
“É um descaso. Ele deixou um filho de quatro anos, que fez aniversário semana passada e estava tão feliz. Agora vai crescer sem o pai”, desabafou o irmão.
Perícia inconclusiva e translado
Somente às 11h da manhã deste sábado (27) a perícia foi concluída, mas o laudo saiu inconclusivo. A família, que é do Pará, solicitou autorização judicial para transporte aéreo do corpo, mas o pedido foi negado. O translado deve ser feito ainda neste sábado, por terra e barco, em uma viagem que pode durar até 72 horas.
Notas oficiais
Em nota, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macrorregião do Sul de Minas, responsável pelo Samu, informou que o tempo entre a chamada e a chegada da equipe foi de 25 minutos e que foram feitas seis tentativas de reanimação cardiopulmonar.
Já a Polícia Civil explicou que o IML funciona em regime de plantão e que os exames de necrópsia são realizados durante o dia. Segundo a instituição, as demandas da madrugada são encaminhadas à delegacia de plantão, responsável pela emissão da guia de necrópsia.
Reprodução – G1 Sul de Minas