Na manhã desta quarta-feira (27), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou a operação “Terra de Ninguém”, que tem como alvo possíveis fraudes em contratos de manutenção de estradas rurais e coleta de lixo em Soledade de Minas.
As investigações, conduzidas pela 4ª Promotoria de Justiça de São Lourenço, apontam indícios de irregularidades em contratos firmados pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Microrregião do Circuito das Águas (CIMAG), entidade que reúne 25 municípios da região com o objetivo de gerir serviços públicos de forma compartilhada.
De acordo com o MP, os levantamentos iniciais sugerem desvio de recursos públicos e pagamentos realizados sem a devida comprovação da execução dos serviços. Entre 2022 e 2023, uma das empresas contratadas teria recebido aproximadamente R$ 1,35 milhão, parte desse valor sem registros que confirmem a realização das atividades.
A investigação também identificou supostos pagamentos fictícios de diárias de caminhões e o uso de planilhas assinadas em branco por servidores municipais, que posteriormente eram preenchidas sem correspondência com a realidade. No caso da coleta de lixo, documentos indicavam atuação de dois veículos em dias coincidentes, embora a empresa dispusesse de apenas um caminhão em operação.
Testemunhas ouvidas pela Promotoria relataram ainda que um empresário teria oferecido propina a funcionários públicos para garantir a continuidade das fraudes, com a omissão de fiscalização.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens dos investigados. O MP também solicitou a prisão preventiva de três envolvidos, incluindo servidores e empresários ligados aos contratos suspeitos.
A ação contou com a participação de 23 policiais militares, nove viaturas e apoio da Polícia Civil de São Lourenço. Os materiais apreendidos foram encaminhados ao Ministério Público, onde passarão por perícia. Os presos foram levados para o Presídio de São Lourenço.
O caso segue em apuração e novas diligências não estão descartadas.
Reportagem / G1 Sul de Minas