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13.3.66, domingo como hoje.

( não estou lendo, eu lembro)

Na tarde daquele dia, voltaria ao Rio, para iniciar o curso médico, na inesquecível Faculdade Nacional de Medicina.

Saí para ir à missa das 10, q foi celebrada pelo amado vigário, Frei Osmar Dirks.

Antes de entrar comprei a Edição do São Lourenço Jornal, no qual viria a escrever por cerca de 50 anos.

Era vendido na própria gráfica, ali na praça da matriz, que ainda era numa construção antiga, estilo anos 30/40.

Na primeira página, dentre outras matérias, havia um artigo escrito pelo capitão Muniz com uma foto do novo prédio da Associação Comercial de SL ( onde depois seria a agência do Bradesco), onde ele enaltecia a figura ímpar de J. Ferreira, presidente da entidade e gerente do Banco de Crédito. O maior líder q conheci e q aqui viveu apenas quase 6 anos, tendo sido também um grande injustiçado, talvez por inveja de seu grande brilho, o q costuma acontecer até hoje.

Eu estava careca pelo trote da faculdade.

Na entrada fui paquerado ( e gostei) por duas meninas interessantes, q no seguir seriam minhas amigas. Minha esposa tinha então 8 anos e foi como consequência disto q acabei por saber de sua existência.

Quando cheguei à igreja, coloquei-me num banco à direita de quem olha para o altar mor e para passar tive q pedir licença para o dr. Póvoa, q estava no mesmo banco. Ele( formado na mesma escola minha por volta de 1920 e médico da família) me chamou de ” dr.” Filipe e fiquei feliz.

Na saída, perguntei à minha irmã quem eram as duas meninas q então conversavam com o Marinho Cabizuca.

Depois do almoço, enquanto aguardava o horário para a saída do ônibus ( 16 hs) estava muito triste pois não gostava de deixar minha terra. Havia na janela e perto de mim, uma lagartixa lutando pra não morrer.

Era cerca de 14 hs e mamãe perguntou se eu queria abacaxi. Trouxe um inteiro, partido.

Era quase 4 horas quando lagartixa exalou o último suspiro.

Na mesma hora, com lágrimas nos olhos, peguei minha mala e desci a escada do apartamento, q ficava ao lado da agência da Evanil, de onde saía o ônibus.

E lá fui, seguir meu destino!

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