Foto: Jonatam Marinho
Um levantamento do Instituto Pensar Agropecuária (IPA) mostra que 20% dos fertilizantes potássicos importados vêm da Rússia e de Belarus. E que 100% do nitrato de amônio que chega no mercado nacional é Russo. Isso significa que os macronutrientes necessários para as lavouras cafeeiras do Sul de Minas não puderam mais ser enviados ao Brasil desde março deste ano devido à invasão da Ucrânia.
A dependência de fertilizantes externos do Brasil foi dividida por estados pelo IPA. São Paulo e Minas Gerais são os estados que possuem maior dependência de fertilizantes importados da Rússia. Juntos, os dois estados somam 30% do total de importações do país.
MG é 2º estado do país em dependência de fertilizantes russos; Sul de Minas acompanha tendência — Foto: Jonatam Marinho
Se considerarmos os cinco maiores estados importadores de fertilizantes, a concentração passa para 68% do total brasileiro. O estado que possui menor participação no ranking é o Rio Grande do Sul. E Mato Grosso e Paraná aparecem próximos em uma terceira colocação. São Paulo é o que mais importa fertilizantes. Minas fica em segundo lugar.
O levantamento do IPA ainda mostra que o Brasil possui uma dependência internacional superior a 70% da demanda de fertilizantes empregados na agricultura. Só em 2021, por exemplo, o país importou por volta de 41 milhões de toneladas de insumos. Cinco países foram responsáveis por 60% do fornecimento de fertilizantes: Rússia, China, Canadá, Marrocos e Belarus.
O material apresentado pelo Instituto Pensar Agropecuária mostrou a importância de Belarus (um dos países envolvidos na guerra da Ucrânia) como exportador de fertilizantes. Só para o Brasil, Belarus exportou em 2021, cerca de 2,39 milhões de toneladas em fertilizantes, num total de US$ 580 milhões. Esse volume representa aproximadamente 4% do total de fertilizantes importados pelo Brasil e 20% de todas importações de fertilizantes potássicos do país.
No mundo, Belarus está em 3º lugar como responsável por 20% das exportações mundiais de fertilizantes potássicos. Toda essa importância ficou inviabilizada porque os países vizinhos bloquearam as principais rotas de escoamento para os fertilizantes produzidos. E para o Brasil, as exportações foram suspensas no começo de março.
Cultura do café depende da importação de fertilizantes no Sul de Minas — Foto: Jonatam Marinho
Os fertilizantes nitrogenados vem do Oriente Médio, Rússia, China, Bélgica, Nigéria e Estados Unidos. Já os produtos fosfatados são importados do Marrocos, Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita. No grupo dos fertilizantes potássicos, os países fornecedores são Canadá, Bielorrússia, Rússia e Israel.
Todos os três tipos de fertilizantes citados são importantes para a cultura do café. É o que garante o coordenador técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) em Alfenas (MG), Kleso Silva Franco Júnior. “Umas das fórmulas mais usadas, o 2520, possui 20 de nitrogênio, 5 de fósforo e 20 de potássio”, citou.
Ele falou também que esses macronutrientes são importantes para o muitas funções do cafeeiro. “Esses são os nutrientes que a planta precisa para crescer e produzir. Eles interferem em uma infinidade de funções. Como exemplo, podemos citar que nitrogênio faz a planta crescer e produzir aminoácidos. O fósforo serve para a parede celular e energia e o potássio interfere no enchimento dos grãos”, explicou.
A dependência de importar fertilizantes só poderia acabar quando o Brasil fosse autossuficiente nesse setor. Assim resume o professor adjunto de economia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), João Marcos Caixeta Franco.
“Esperamos que a guerra da Ucrânia seja passageira e logo sejam restabelecidas as relações comerciais entre os países produtores e consumidores de fertilizantes. E quanto ao longo prazo é importante para o Brasil desenvolver produção de fertilizantes em seu próprio território buscando adequar sua legislação e infraestrutura para viabilizar a produção de adubos no território nacional”, garantiu.
O Governo Federal divulgou algumas prováveis soluções para a questão dos fertilizantes como a compra de mais produto junto a países produtores e também a criação de um Plano Nacional de Fertilizantes. Essa última proposta, pretende aumentar a produção nacional de fertilizantes.
MG é 2º estado do país em dependência de fertilizantes russos; Sul de Minas acompanha tendência — Foto: Jonatam Marinho
As informações apresentadas sobre a crise de fertilizantes estão em um levantamento feito pelo Instituto Pensar Agropecuária para a Frente Parlamentar da Agropecuária. O IPA presta consultoria técnica e é uma organização representativa sem fins lucrativos criada em 2011 por entidades do setor agropecuário.
O objetivo dessa instituição é defender os interesses da agricultura e prestar assessoria à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com respaldo técnico para projetos e ações específicas que tramitam no Congresso Nacional.
Fonte G1
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